quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

“Repulsivo ao extremo”



É uma suposta obra de arte que consiste uma emulsão de cinzas de gente presa, torturada, gaseada e cremada no campo de extermínio de Majdanek, em Lublin, na região sudeste da Polónia, que o artista visitou em 1989.

«Salomon Schulman, uma das personalidades mais importantes da comunidade judaica sueca, disse, por sua vez, em declarações à televisão do país, que o quadro é “repulsivo ao extremo” e que irá boicotar a galeria em que esteve exposto. “Quem sabe? Talvez algumas das cinzas sejam de familiares meus. Ninguém sabe para onde foram deportados todos os irmãos da minha mãe e os seus filhos e os meus avós”, escreveu depois Salomon Schulman no jornal Sydsvenskan, citado pela BBC.»

Comentários de leitores do Público:

A soporífera lenga-lenga anti-Americana:

«Se fosse com restos de um indio assassinado e deportado por americanos no início do século 20 não havia problema....!!!!????»

A piadola rosquofe:

«Como é que o dr. fez, não sei, mas ficou bem jeitoso, o quadrito. Já vi andarem a pedir aos 25 e aos 30 mil euros por bem pior»

O «generoso»:

«Não entendo tanto barulho. Quanto muito estes senhores deveriam ficar gratos por existir um quadro que lhes presta uma homenagem. Enfim...»

O que me tiraria as palavras da boca, se eu soubesse falar tão bem: 

OS comentários destes nossos directores artísticos está ao nível das suas colecções, pelo menos no museu berardo ou o "centro comercial de Belém". A questão não reside no produto final que pode ser ou não controverso e constituir um acrescento de saber cultural e/ou artístico mas sim nos seus meios(materiais usados) para produzir a "peça". Recorrer a cinzas de corpos sem autorização dos seus familiares com o intuito de ser um chamariz comercial não prova a sua mais valia artistica mas sim, sendo eu redundante, comercial. A qualidade da Arte está nos valores que evoca, na manipulação das linguagens das várias disciplinas, materiais, contextos, etc. Discutir a arte sem ser por argumentos artísticos é como, em linguagem corrente, discutir a bola, falando de golfe.  


Como não tenho a contenção e o dom da palavra deste leitor do Público, proponho aos senhores Delfim Sardo, Pedro Lapa, Martin Bryder e outros eméritos defensores da obra, que me indiquem as sepulturas dos seus familiares, pois pretendo recolher pedaços dos respectivos restos mortais para produzir uma obra de arte, visando questionar os seus  conceitos de Arte.

Sou bruto? Sou indelicado? Olhem que não... Olhem que não...
«Dados do museu do campo de extermínio de Majdanek indicam que durante a ocupação nazi, entre 1941 e 1944, foram ali mortas perto de 80 mil pessoas, 60 mil delas de origem judaica. Morreram em câmaras de gás, executadas ou vítimas da fome e frio e doenças. Estima-se que nos anos em que esteve activo o campo tivesse tido um total de 150 mil prisioneiros. O campo de Majdanek é um dos mais bem preservados, apesar das tentativas nazis de destruírem as provas de extermínio. Os seus crematórios estão praticamente intactos.»

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