terça-feira, 29 de outubro de 2013

Mais uma razão para amar Lou Reed

  Lou Reed morreu. Chamam-lhe um espírito livre.


Nenhum obituário cita o judaísmo étnico e o sionismo militante de Lou Reed

Como a maioria das pessoas de mentalidade independente e sem medo de falar  e dizer a verdade ao poder, Lou Reed foi um sionista. Ele nunca o escondeu, e cantou contra a colaboração imoral dos media na propaganda palestina e contra os "direitos" dos antissemitas, muitos anos antes de o antissemitismo e o filo-palestinianismo ser a norma. Para honrar a sua memória, transcrevemos o artigo de Tom Gross na National Review Onl
ine:


Take a Walk on the Wild Side. Seja sionista.

Talvez até mais do que as outras estrelas judaicas do rock americano - como Billy Joel ou Bob Dylan - Lou Reed tinha orgulho em ser judeu - e incluiu letras a favor de Israel e contra o antissemitismo em algumas das suas canções. Menciono o  judaísmo de Reed, porque nem um único obituário o cita. Para Reed esse era um factor importante.
Reed, que morreu ontem de insuficiência hepática aos 71 anos de idade, nasceu Lewis Allan Reed numa família judia em Brooklyn. Ele disse que "não tinha nenhum deus além de rock'n'roll", mas as suas raízes judaicas e o apoio a Israel significavam muito para ele. Era  visitante frequente do país, actuou pela ultima vez em Tel Aviv em 2008, e a sua tia e muitos primos vivem em Haifa e outras cidades israelitas.

Uma espécie israelita de aranha foi baptizada com o nome do cantor, em homenagem pelo seu apoio ao país.

A sua ligação com Israel e o seu desgosto com o antissemitismo pode ser ouvido em letras como as da canção "Good Evening Mr. Waldheim" no álbum a solo de 1989, New York:


God evening Mr. Waldheim (1)
And Pontiff how are you?
You have so much in common
In the things you do
And here comes Jesse Jackson (2)
He talks of common ground
Does that common ground include me
Or is it just a sound?
A sound that shakes
Oh Jesse, you must watch the sounds you make
A sound that quakes
There are fears that still reverberate
Jesse you say common ground
Does that include the P.L.O?
What about people right here, right now
Who fought for you not so long ago?
The words that flow so freely
Falling dancing from your lips
I hope that you don't cheapen them
With a racist slip
Oh common ground (3)
Is common ground a word or just a sound?
Oh, oh, common ground
Remember those civil rights workers buried in the ground
If I ran for president
And once was a member of the Klan
Wouldn't you call me on it
The way I call you on Farrakhan? (4)
And Pontiff, pretty Pontiff
Can anyone shake your hand ?
Or is it just that you like uniforms
And someone kissing your hand?
Or is it true
The common ground for me includes you too?
Oh, oh, is it true
The common ground for me includes you too?
Good evening Mr. Waldheim
Pontiff how are you?
As you both stroll through the woods at night
I'm thinking thoughts of you
And Jesse you're inside my thoughts
As the rhythmic words subside
My common ground invites you in
Or do you prefer to wait outside?
Or is it true
The common ground for me is without you?
Or is it true
The common ground for me is without you?
Oh is it true
There's no ground common enough for me and you?

    
Para os leitores mais jovens, apenas no caso de precisarem de uma explicação para os acontecimentos na década de 1980:

[1] Esta é uma referência a Kurt Waldheim, o oficial da SS nazis, que se tornou secretário-geral das Nações Unidas, e foi eleito presidente da Áustria, mesmo depois de ter sido provado que ajudou a matar dezenas de milhares de judeus da Grécia e de outras origens.

[2] Referência a Jesse Jackson, que na época tinha feito muitas observações antissemitas, incluindo referir-se a Nova Iorque como "Hymietown" e ter simpatia pelao terrorismo da OLP.

[3] Referência a judeus norte-americanos que tinham ajudado defender os direitos civis dos Afro-americanos (e em alguns casos foram mortos para fazê-lo).

[4] Louis Farrakhan é o líder notoriamente antissemita da chamada Nação do Islão.

No seu livro The Heebie-Jeebies at CBGB’s: A Secret History of Jewish Punk,, Steven Lee Beeber argumentou que havia um elemento judeu chave para o movimento punk-rock de Nova York e que Reed foi fundamental para outros artistas de origem judaica que incluíam Joey e Tommy Ramone, o guitarrista de Patti Smith - Lenny Kaye, Richard Hell, Jonathan Richman  e o guitarrista dos Blondie Chris Stein - para não falar de Malcolm McLaren (que era totalmente judeu, mas cuja família mudou o nome para escapar do antissemitismo ) e que criou os Sex Pistols.

Saul Austerlitz, numa resenha do livro, escreveu: "O novo punk judeu foi inspirado em partes iguais pelos guerreiros das Forças de Defesa de Israel, os super-heróis de histórias em quadradinhos escritas por uma geração anterior de artistas judeus, e uma repulsa instintiva pelos excessos musicais contemporâneos".

2 comentários:

  1. Apreciava-o bastante como artista e pessoa. Talvez seja cliché dizer isto, mas o Lou é exactamente aquilo a que chamamos ser "cool". Será que se pode dizer isso de muitos artistas só por serem famosos? Não.

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